Posso andar com a junta do cabeçote queimada? Tire suas dúvidas
Ao achar que posso andar com a junta do cabeçote queimada, faço meu veículo sofrer mais e pode até ter outros componentes danificados.
Nós sabemos que muitos dos problemas que os veículos apresentam podem pesar no bolso do motorista e, assim, alguns optam por andar por aí mais um tempinho com algum componente danificado. Mas será que, por exemplo, posso andar com a junta de cabeçote queimada?
No caso desta última pergunta, deve-se ter em mente que a prática não é recomendada. Afinal, esta prática tende a danificar outros sistemas e encarecer ainda mais os reparos do automóvel.
Para além desta dica direta, hoje iremos dedicar este texto a uma resposta completa da pergunta “posso andar com a junta de cabeçote queimada”? Venha conosco e saiba os detalhes dos problemas ocasionados por esta imprudência.
A relação do cabeçote com o motor
Antes de saber se posso andar com a junta de cabeçote queimada, é extremamente importante saber qual a função e como funciona esta peça tão importante.
O nome pode até ser complicado, mas a junta do cabeçote é uma peça simples que ajuda na combustão do motor. O motor dos automóveis a combustão é disposto em três partes: o cabeçote, que funciona como uma ‘cabeça’, assim como diz seu nome; o bloco e o cárter.
O bloco do motor é o componente que define a disposição do motor do veículo. Há diversas opções de disposição no mercado, como em linha, o número de cilindros, se estes são rotativos ou opostos e/ou em V.
Além disso, é no bloco onde a combustão ocorre. Lá são encontrados componentes como as válvulas, bielas, pistões e virabrequins.
A junta do cabeçote tem a função de ligar o cabeçote ao bloco, constituindo o motor. Além disso, as juntas ajudam a estancar as câmaras de combustão do motor, auxiliando na passagem do óleo e no resfriamento. Outra função sua é impedir a mistura gasosa, da água ou do óleo nos diferentes circuitos do motor.
Por fim, temos na última parte do motor o cárter, cuja função é ajudar na lubrificação do motor, em seu resfriamento e também no armazenamento de fluido.
As sujeiras não processadas pelo filtro também acabam ficando armazenadas no cárter, para também não atrapalhar o funcionamento do motor.
Há diferentes tipos de cabeçote?
Além de fazer esta importante ligação entre peças e ser um dos principais componentes que veda o motor, a junta do cabeçote é essencial ao evitar o superaquecimento da máquina.
Sua composição pode ser feita no mesmo material que o motor ou não; em motores maiores e mais potentes, por exemplo, é comum ver juntas de cabeçote de alumínio.
Ao falar da gama de variedades, podemos citar quatro principais tipos de junta do cabeçote – e aqui ressurge a dúvida: independente do tipo, posso andar com a junta de cabeçote queimada?
Cabeçote Flathead
Como o nome já diz, esse tipo de cabeçote tem a cabeça achatada e seu desenvolvimento, feito em 1932 pela montadora Ford, é especial para motores V8.
Suas válvulas laterais se encaixavam no bloco do motor e, na época, ainda não havia o cabeçote, apenas uma tampa para o bloco; nela também eram encaixadas as velas e através dela era possível abastecer a câmara de combustão.
Cabeçote Over Head Valve (OHV)
Este tipo de cabeçote tem como marcante, além de seu nome comprido, o fato de terem sido uma revolução no mercado; isso porque os cabeçotes com válvula em cima, como diz seu nome, contavam com varetas, balancins e tuchos como acionadores para as válvulas.
Neste modelo, as válvulas não ficavam mais localizadas no bloco, mas sim no cabeçote, tornando mais fácil seu manuseio e aumentando a potência e performance do motor.
Cabeçote Over Head Camshaft (OHC ou SOHC)
Este modelo, também conhecido como eixo de comando em cima do cabeçote em livre tradução, funciona como os cabeçotes OHV, porém exigindo menos peças e aumentando ainda mais a performance.
Os OHC são utilizados até os dias de hoje, enquanto os dois modelos acima caíram em desuso devido a evolução das tecnologias automotivas.
Cabeçote DOHC
Falando em evolução, os modelos Double Overhead Camshaft são os de mais alto nível nesta lista. Neste tipo de cabeçote, há um duplo comando de válvulas acima do cabeçote.
Assim, as válvulas de admissão e escape ocorrem em dois eixos diferentes; além de aumentar a eficiência do motor, também há a economia de combustível. Além disso, esse sistema também conta com os comandos variáveis de válvulas.
Todos estes modelos acima contam com as juntas de cabeçote para fixá-los ao bloco do motor e garantir seu funcionamento.
Hora da verdade: posso andar com a junta do cabeçote queimada?
Apesar de não ser uma peça pequena, a junta de cabeçote está em constante contato com o motor e, por consequência, com seus fluidos e o calor que ele emite. O ideal é que sua vida útil seja a mesma do motor, mas nem sempre isso ocorre.
Assim, mesmo sendo feita em materiais resistentes, a exposição constante às altas temperaturas começa a desgastar a junta e, em diversos casos, a queimá-la.
Assim, você notou algumas diferenças ao dirigir o seu veículo, abriu o capô para conferir o estado do motor ou foi ao mecânico e descobriu que a junta está com problemas. E agora? Posso andar com a junta de cabeçote queimada?
Bom, você até pode. Não é recomendado que você ande para lá e para cá com os componentes de seu veículo danificados; entretanto, em casos de emergência, ou quando não podemos parar imediatamente no mecânico, ainda é possível dirigir.
Apesar disso, é importante a visita ao mecânico para realizar a troca ou retífica do componente para evitar que a eficiência e potência do motor sejam prejudicadas, além de evitar mais problemas no futuro.
E como eu sei que a junta do cabeçote queimou?
Os carros funcionam como o corpo humano: através de sistemas. Assim, quando um sistema apresenta problemas, alguns sintomas podem aparecer. Ou seja, eu até posso andar com a junta de cabeçote queimada – porém, meu veículo estará com alguns sintomas que podem vir a atrapalhar na hora de dirigir.
O primeiro sinal que seu carro dá quando há algo de errado são as luzes no painel e um dos principais problemas é o vazamento de óleo. Isso acontece pois, se a junta não está em seu lugar correto, a vedação também não ocorre corretamente.
A luz do óleo também pode piscar em outras ocasiões; por isso, sempre busque realizar revisões em seu carro. Outros vazamentos também podem ser um problema na junta, como a queda do nível de água do radiador, presença de água nos cilindros e a falta do líquido de arrefecimento do motor.
Assim, eu posso andar com a junta de cabeçote queimada, mas, como consequência, meu motor pode não resfriar corretamente.
Outro sintoma comum é a grande quantidade de fumaça saindo do escape – também derivada da água nos cilindros que vira vapor junto ao superaquecimento da máquina.
Portanto, diante de qualquer um desses sinais, leve seu carro a um mecânico de confiança e busque sempre realizar revisões periódicas dos componentes do veículo.